Programação online
Saborear o peixe do nosso mar é como engolir uma onda e deixar a espuma esvair-se no areal. É sentir o crepitar do sal, firme e grosso, e permitir que o atlântico inunda as entranhas do corpo e da alma. Também é ser maré e deixar a corrente apoderar-se de cada sentido. Maresia, textura, cor, sabor, sonoridade e adivinhação, todos os sentidos são consentidos. A frescura dita a rendição, na cozinha e na mesa. O lume é Sol em brasa, pingado com os sucos mais nobres e genuínos. Pele sã que envolve a matéria prima e protege até à espinha, que se rasga a cada garfada, deixando vislumbrar o azul do mar que se confunde com o céu. Apreciar peixe é saber o mar. É ter sangue na guelra, como diz o sábio povo. É escrever um conto ou um poema… É ser palavra e silêncio. Em boa verdade, a cada degustação, abre-se um novo mar. Afinal, são mais de sete… São todos aqueles que te permitires descobrir a cada proposta que ora se apresenta.
Porque há um mar(ço) de sempre que chama por ti…
Monólogos da Cozinha (2.ª edição)
Continuamos a trazer para o MSM várias iniciativas profundamente ligadas à História, Memória e Cultura do Concelho de Esposende, intrinsecamente ligadas ao Mar. Este legado permite-nos afirmar que temos em Esposende, uma particular Comunidade Piscatória cuja identidade remete-nos para vivências e reflexões que devem ser investigadas, recordadas e registadas. Continuaremos, embora com introspeções diferentes, a revelar e reinterpretar o imenso mundo da Cozinha. Realizaremos, nesta edição, somente um episódio, mais uma vez com a brilhante participação da atriz Susana Madeira. O episódio deste ano será vivenciado na cozinha de um restaurante. Neste local profundamente familiar, será reinterpretada uma narrativa que abarca uma história de vida de três gerações.
Street Fish Food (2.ª edição)
A “Cozinha Viajante” vai continuar a surpreender os diversos públicos-alvo com novas atracagens. Levaremos parte do receituário da nossa cozinha atlântica junto da comunidade escolar e público em geral (em espaço público). Descentralizaremos esta atividade para outra (s) freguesia (s), ou seja vamos, “Pregar para outra Freguesia!”.
Articularemos igualmente esta atividade com Docapesca, em formato colaborativo, trabalhando na lógica de promoção do pescado da nossa costa, vincando, como tem sido nosso apanágio, a sazonalidade das espécies.
“Abre a boca e fecha os olhos”, será uma descoberta dos sabores locais na sua plenitude, despertando todos os sentidos (visão, aromas, gosto, textura, e até sonoridades (ex.: o estalar do pão, a garfada no peixe grelhado que rasga a pele, etc.). Simultaneamente, segmentaremos esta rubrica para a confeção inclusiva (ex. uma pessoa cega a cozinhar). Exploraremos, ainda, o “Cabeça no (m)Ar”, numa vertente mais pedagógica para o publico infantojuvenil. Para além disso, temos a oportunidade de repescar a iniciativa “Nem Tanto ao Mar Nem Tanto à Terra”, numa clara evidência da importância dos nossos singulares hortícolas na confeção de pratos de peixe e marisco.
Sem Diferenças (3.ª edição)
Manteremos a iniciativa “Sem Diferenças: à mesa é que as gentes se entendem”. Sempre com o objetivo de divulgar e honrar a gastronomia do mar, em união e com espírito de pertença e de inclusão, será igualmente uma cozinha integradora. Nesta rubrica, iremos explorar um momento doce com a APPACDM. A partir de ingredientes locais, e tendo como premissa a sazonalidade hortofrutícola será confecionada, pela instituição, uma criação inspirada na fusão de sabores mais inusitados, como por exemplo, bolo de espinafres, ou, quiçá, bolo de couve.
Em Esposende, há um sempre um lugar à mesa para Todos!
Salvar o Planeta à Mesa (3.ª edição)
Pretendemos realizar a terceira temporada do “Salvar o Planeta à Mesa: da pele às espinhas, consciência, sabor e nutrição”. Tendo em conta a importância da temática, avançaremos para novas tertúlias e oficinas de cozinha com a participação do Biólogo Vasco Ferreira do OMARE (Observatório Marinho de Esposende), e do conceituado Chefe Emídio Almeida. Através do caráter mais aventureiro do Esquadrão SOS (Sustentabilidade, Oportunidade, Satisfação) do “Salvar o Planeta à Mesa” vamos organizar uma nova odisseia intitulada “Tudo em pratos limpos” (abordagem profunda ao compromisso “Desperdício Zero”) e incluir outras aventuras: “Está o caldo entornado” e “Como Gente Grande!”.
Receitas a Olho
É uma homenagem às receitas das nossas mães e avós que, a olho nu e muitas vezes com escassos recursos, conseguiam confecionar refeições deliciosas, nutritivas e capazes de sustentar famílias numerosas. Por exemplo um arroz de bacalhau sem bacalhau, que muitas vezes só tinha o sabor emanado pelas espinhas transformadas em caldo. Nos tempos mais difíceis, a imaginação, a criatividade e o amor fazem milagres. Nesta primeira edição, temos a honra de apresentar uma proposta da nossa conterrânea “Vovó Zuzu”, perita em “receitas a olho”, doseadas com o coração.
Snack Mar
Em analogia aos “snack bares”, criamos uma nova rúbrica intitulada “Snack Mar”, a qual tem como objetivo homenagear os petiscos do nosso mar, cuja tradição remete-nos para os “sabores de mãe e de avó”, bem como a pertinente questão do desperdício- zero. A título de exemplo, podemos referir a carismática patanisca de bacalhau e até a patanisca de polvo! E que tal polvo da pedra cozido com molho de manteiga das Marinhas? Ou o carapau de cebolada, embebido na tradicional broa? Se todas estas propostas forem harmonizadas com uma refrescante cerveja artesanal local, o resultado final é simplesmente supremo, muito certamente.
Como é sabido, a patanisca trata-se de uma iguaria feita com as partes menos nobres do bacalhau, que faziam “render o peixe” à mesa das famílias numerosas. De facto, com pouco bacalhau, as mulheres de outrora conseguiam fazer deliciosas pataniscas para uma mesa cheia. Em abono da verdade, muitas vezes o bacalhau era inexistente e o sabor do mesmo provinha apenas do caldo das espinhas…Por outro lado, muitas vezes as pataniscas eram acompanhadas com arroz de tomate malandro (que também rendia…), ou com batata cozida, muito farta em algumas freguesias do nosso concelho.
Hoje em dia, comer uma genuína patanisca de bacalhau, é um verdadeiro petisco-gourmet! Há que potenciar esta vertente: Da tradição ao requinte!
Contamos com a participação da EPE e IPCA, para além de uma taberna (tasca) tradicional do concelho de Esposende.
Quebrar o Gelo
Criação de cocktails pela Escola Profissional de Esposende (EPE), elaborados a partir das nossas bebidas “Eslocal”: vinhos verdes, cervejas e licores artesanais. Nesta reinterpretação, pretende-se alargar a versatilidade dos nossos produtos, e, simultaneamente, abranger um público-alvo diferente, maior de idade.
